Os pesquisadores foram premiados por pesquisas
complementares que \"descobriram que células maduras podem ser reprogramadas
para se tornarem pluripotentes\"
1. O britânico John Gurdon, da
Universidade de Cambridge, e o japonês Shinya Yamanaka, da Universidade de
Kyoto, foram laureados nesta segunda-feira, 08, em Estocolmo (Suécia), com o
Prêmio Nobel de Medicina. O anúncio foi feito às 12h locais (7h de Brasília)
pelo Comitê Nobel.
2. Os pesquisadores foram premiados por
pesquisas complementares que "descobriram que células maduras podem ser
reprogramadas para se tornarem pluripotentes", de acordo com Goran Hansson,
secretário-geral do Comitê Nobel.
3. Gurdon, de 79 anos, descobriu em 1962
que a especializacão das células é reversível. Numa experiência clássica, ele
substituiu o núcleo celular e maduro de uma célula do ovo de uma rã pelo núcleo
de uma célula intestinal madura. Esta célula do ovo modificada deu origem a um
girino normal. O DNA da célula madura tinha ainda toda a informação necessária
para desenvolver todas as células da rã.
4. Mais de 40 anos depois, em 2006, o
japonês Ymanaka, de 50 anos, descobriu com as células maduras intactas em ratos
podiam ser reprogramadas para se transformar em células-tronco imaturas.
Surpreendentemente, ao introduzir apenas alguns genes, ele conseguiu reprogramar
células maduras para que estas se transformassem em células-tronco pluripotentes
-- ou seja, células imaturas que conseguiram se transformar em todos os tipos de
células do corpo.
5. "Essas descobertas revolucionárias
mudaram complemente a maneira como vemos o desenvolvimento e especializacão
celulares. Compreendemos agora que as células maduras não têm de estar
confinadas para sempre ao seu estado especializado. Livros foram reescritos
e novas áreas de pesquisas foram estabelecidas. Ao reprogramar as células
humanas, os cientistas criaram novas oportunidades para estudar doenças e
desenvover métodos de diagnóstico e tratamento", disse Hansson.
Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,britanico-e-japones-dividem-o-premio-nobel-de-medicina,942409,0.htm
*CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR
OBSERVAÇÕES:
1. Células Totipotentes, aquelas
células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o
corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células
totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto
é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de
vida;
2. Células Pluripotentes ou
multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os
tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir
de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada
de blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as
células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as membranas
embrionárias;
3. Células-tronco são as células com
capacidade de auto-replicação, isto é, com capacidade de gerar uma cópia
idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários
tecidos.