TRATAMENTO DE ABSCESSO AGUDO EM SESSÃO ÚNICA

Olá Professor Ruy Hizatugu:
Sou Emanuella Torres Magalhães, da Faculdade de Odontologia da PUC - MG e estou pretendendo realizar minha monografia para conclusão de curso, sobre o tratamento endodôntico em sessão única em dentes com abscesso agudo. Tenho muitas dúvidas a respeito. Posso realizar a drenagem e realizar a obturação dos canais radiculares na mesma sessão? Estou com dificuldades também em conseguir materiais científicos. Se o senhor puder me ajudar agradeceria muito. Atenciosamente e grata, Emanuella Torres Magalhães

Prezada colega Dra. Emmanuella Torres Magalhães:

Poder, pode. Mas não deve. Acho melhor, primeiro adquirir maior experiência no tratamento endodôntico em dentes com polpa viva, depois em dentes com polpa morta, além de retratamentos endodônticos. Posteriormente você estará qualificada para executar sessão única, inclusive em casos de abscesso agudo. O tratamento em sessão única não é um objetivo. O tratamento em sessão única é consequência. Consequência de um conhecimento técnico científico diferenciado, vivência clínica e habilidade profissional. Para alunos de graduação, iniciantes e profissionais com conhecimento teórico e pouca prática de consultório, é recomendável executar tratamento com medicação intracanal em duas ou mais sessões. Nestes casos recomenda-se medicação com Hidróxido de Cálcio puro com água destilada ou associado ao Paramonoclofenol Cânforado ( Calen ou HPG ). O número de sessões pouco importa. O importante é servir o paciente com precisão e excelência. Quanto ao material que você está procurando, use a internet, nosso livro, nossos websites : www.endosessaounica.com.br; www.ruyhizatugu.blogspot.com.

Abraços com estima e amizade. Ruy Hizatugu e Equipe.

IV ENCONTRO ENDO VITA - 2007

O IV ENCONTRO ENDO VITA foi realizado em São Paulo, no dia 11 de maio de 2007 com a presença de professores e profissionais de várias regiões do pais sob a presidência do Sr. Alex Cerqueira e com o total apoio e colaboração da Dentsplay - Maillefer e Ultradent.

O Prof. Gilson B. Sidney, titular de Endodontia da Universidade Federal do Paraná falou sobre o tema: Automação completa ou hibridização: Qual o melhor caminho para o preparo do canal radicular? O Professor Gilson discorreu sobre os vários sistemas automatizados encontrados no mercado e concluiu que apesar do aprimoramento tecnológico, ainda é recomendável a hibridização, associando sistemas manuais e automatizados. Apresentou o conceito de Apical Seat com assentamento apical e Apical Stop com nicho apical. O ponto forte da excelente apresentação foi a sua conclusão: "Automação é um excelente auxiliar da limpeza e modelagem do sistema de canais radiculares". (sic)

O Prof. Carlos Alberto Spironelli Ramos, coordenador da disciplina de endodontia da Universidade Estadual de Londrina apresentou o tema: Discutindo limite apical e a utilização de localizadores foraminais eletrônicos. O Prof. Spironelli discutiu as características de vários aparelhos e suas respectivas performances através de sua aplicação prática na clínica, seguindo os conceitos de "Cleaning and Shaping" estabelecidos em 1967 por Herbert Schilder. Discorreu sobre a zona de controle apical revelando em microscopia de luz e eletrônica de varredura, as idéias da constrição apical (limite CDC), ápice anatômico, forame apical maior, forame apical menor e o protocolo técnico para o estabelecimento destes limites.

O Prof. Carlos Estrela, titular de endodontia da Universidade Federal de Goiás falou sobre o tema: Reflexão nos Novos Conceitos da Endodontia. O Prof. Estrela apresentou seus estudos comparando radiografias de dentes com lesões periapicais imediatamente após o tratamento endodôntico, radiografias revelando o reparo periapical e tomografias. Ficou demonstrado que casos de reparação radiográfica muitas vêzes se apresentam na tomografia com extensas áreas de reabsorções periapicais e marginais. Acredita-se que a terceira dimensão será a nova revolução nos paradigmas da endodontia moderna, havendo necessidade de uma profunda reflexão nos conceitos atuais de tratamento endodôntico. O Prof. Carlos Estrela, junto com o Prof. J. de Freitas Siqueira Junior e Prof. Francisco José de Souza Filho, são considerados pela comunidade científica internacional, três dos maiores pesquisadores da odontologia brasileira.

O Prof. Francisco José de Souza Filho, professor livre docente de endodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba-Unicamp, junto com o Prof. Noboru Imura, mestre em endodontia pela Unicamp e professor da EAP da APCD de São Paulo discorreram sobre : Matriz apical, batente apical, coto periodontal e patência apical- o que há de novo, resultados clínicos e análise crítica. Os professores definiram a constrição apical ( limite CDC ), patência apical, batente apical, coto periodontal e coto pulpar e sua aplicação técnica. Confirmaram os conceitos de forame maior (forame apical) e constrição apical (forame menor) discutidos anteriormente pelo Prof. Spironelli.

Discutiram com a ajuda de micrografias eletrônicas e de luz, o papel do granuloma na cura das lesões periapicais, coágulo-granulação e seus elementos celulares e moleculares, reafirmaram os conceitos já consagrados de biofilme microbiano na indução e perpetuação das patologias e terminam com a apresentação de um verdadeiro show retrospectivo de casos com reparação de dentes tratados durante um período de 0 a 30 anos de atividades clínicas.

O sucesso do evento é creditado à competente coordenação de Alex Cerqueira, diretor da Endo Vita e sua equipe, aos professores e colegas e ao apoio e colaboração da Dentisply-Maillefer e Ultradent.