quarta-feira, julho 30, 2008
terça-feira, julho 22, 2008
CURSOS - APCD 2° SEMESTRE
segunda-feira, julho 07, 2008
VII ENCONTRO DA EASY - RIO
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Análise crítica do Sistema Resilon
Caro Ruy,
Todos nós envolvidos na Endodontia temos consciência da necessidade da busca de uma melhor qualidade das nossas obturações endodônticas. É com esse espírito que, há alguns anos atrás, recebemos a introdução do sistema Resilon com a promessa de melhorar nosso resultado final do tratamento e ainda fortalecer a estrutura da raiz pela criação do tão procurado monobloco obturador.
A empolgação inicial em relação ao sistema Resilon foi muito grande e as primeiras pesquisas demonstraram resultados realmente superiores aos encontrados com guta-percha e cimento endodôntico tradicional. Indo diretamente ao ponto agora, o fato é que esses resultados iniciais promissores não foram confirmados nas pesquisas subseqüentes realizadas por grupos não vinculados ao fabricante. Hoje, se fizermos uma busca no PubMed usando ‘Resilon’ como palavra-chave teremos ~117 artigos publicados desde Maio de 2004. Em ~55% destes artigos, o sistema Resilon (SR) apresentou resultados similares aos encontrados com guta-percha e cimento tradicional (GPC). Em outros (~20%), o SR apresentou resultados inferiores a GPC e sendo, que somente em ~25% dos artigos, o SR demonstrou resultados superiores. Uma importante observação deve ser feita aqui, pois boa parte desses artigos no qual o SR foi superior trata-se de estudos vinculados ao fabricante. Em outras palavras, estudos que necessitam ser confirmados por estudos independentes.
Tenho consciência desse contexto, e após assistir parcialmente a palestra sobre Resilon no Encontro do Rio, eu posso dizer que foi esse o ponto o qual me motivou a tentar re-colocar esse assunto em debate mais uma vez no seu blog.
Bem, as deficiências do SR como sistema obturador encontram-se relacionadas às mesmas dificuldades encontradas na adesão da dentina coronária. Sem duvida nenhuma, uma adesão dentinária efetiva não é uma tarefa fácil e vem sendo estudada com afinco durante anos pelos grupos de adesivos dentinários da dentística.
Podemos citar diversos pontos críticos do SR, mas a maior dificuldade é encontrar o equilíbrio correto entre o ‘tipo’ de dentina que nos estamos lidando com as limitações do material em si. A dentina, por suas características próprias de morfologia e composição, torna a adesão um desafio. Vejamos o exemplo da figura 1, que mostra um dente obturado com SR e observado através de microscopia confocal. Na verdade, essa imagem é composta pela superposição de outras 25 imagens obtidas com uma diferença de 2.5 µm entre elas – deste modo temos uma ‘impressão’ em profundidade dessa região – o que nos fornece um dado bastante confiável do que realmente esta acontecendo nessa região. Podemos observar o cone do Resilon (R) e o cimento Epiphany (Ep – tudo em vermelho é o cimento Epiphany), assim como, a penetração do cimento nos túbulos dentinários (EpD). Contudo, podemos tb observar a presença de um espaço vazio imenso (espaço preto com as setas com as medidas) que é o resultado direto da contração de polimerização do cimento Epiphany – exatamente como acontece com os cimentos resinosos utilizados na dentística. Pode-se ver claramente que o cimento é capaz de penetrar nos túbulos dentinários sendo ‘rompido’ durante a polimerização. Esse efeito ainda é exacerbado pelas características geométricas internas próprias da configuração do canal radicular – que é desfavorável a este tipo de cimento, pois esta classe de material contrai consideravelmente durante seu processo de polimerização. Este fenômeno pode tb ser observado na figura 2 em anexo, aonde aparecem os tags do cimento Epiphany dentro dos túbulos, porem estes estão rompidos pela força de contração que ocorre durante o processo de polimerização. Pelo tamanho destes espaços, nos verificamos a baixa qualidade de adaptação do SR. Esses resultados, são exclusividade do meu grupo, pois são facilmente encontrados na literatura de qualidade.
Outro ponto muito importante é a capacidade de manter uma adesão efetiva ao longo do tempo. Quando uma restauração de resina composta com porção em dentina é realizada, o dentista sabe que apesar da excelente estética, a restauração possui um tempo de vida útil relativamente curto – devido à quebra da adesão entre a resina e a dentina com o passar do tempo. Esse ponto é muito bem descrito na literatura da área da dentística, no entanto, poucos da Endodontia se preocuparam com esse aspecto em relação ao SR. Com certeza, o grupo de Zürich foi o 1º a estudar a qualidade das obturações realizadas com o SR a longo prazo. Os resultados de Paqué & Sirtes (IEJ, 2007) são muito claros: o SR perdeu sua capacidade de manter uma adesão de qualidade após 16 meses de envelhecimento em água. Esses resultados estão completamente em linha com os obtidos pelo meu grupo (publicado no JOE em 2008), e podem ser facilmente observados na figura 3 (C: quantidade de infiltração e C: quantidade de dentes que mostraram uma infiltração detectável) – aonde a perda da qualidade do selamento ocorre nos dentes obturados com SR após 14 meses de envelhecimento.
Na edição de Julho do JOE, o prestigiado grupo do Prof. Ken Hargreaves publicou um estudo clínico retrospectivo no qual 103 dentes tratados com SR ou com GP + Pulp Canal Sealer foram acompanhados por um período mínimo de 12 meses. Os autores encontram uma taxa geral de sucesso de 85.5% e concluíram que o uso do SR não influenciou no prognóstico dos tratamentos. Vale citar, que este estudo, devido a sua natureza clínica, a credibilidade do grupo que o executou e a revista aonde foi publicado representa a evidencia mais poderosa até hoje já publicada sobre esse assunto.
Por tudo isso, eu acho que é muito cedo para pensarmos em aposentarmos a guta-percha e o tradicional cimento endodôntico. Coloco todas essas informações às claras pq acho que essa é a função de um professor e de um formador de opinião. A ciência e a informação devem ser abertas e devemos nos afastar sempre do interesse comercial contido nas ‘idéias’ miraculosas que, volta-e-meia a indústria tenta empurrar para nossa classe. Não sou contra novos materiais e técnicas, somente acredito que eles têm a obrigação de demonstrar seu real valor, antes de serem expostos como uma nova quebra de paradigma na nossa especialidade. Sendo assim, guta-percha associada a um bom cimento, ainda são a escolha mais embasada cientificamente até o presente momento.
Grande abraço do Rio,
Gustavo De Deus
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CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER A POSTAGEM Professora Xênia Brant - Belo Horizonte - MG
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Prof. Henrique Bassi; Prof. Sérgio Vinceiro e
Alunos de especialização - CEFOS-BH - MG
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RUYHIZATUGU@UOL.COM.BR
Coordenador do Curso de Mestrado em Endodontia da Universidade Estáco de Sá e Editor Associado do Journal of Endodontics
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terça-feira, julho 01, 2008
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