domingo, dezembro 16, 2007

AULAS SHOW

A discussão sobre Aulas Show teve uma grande repercussão nos meios de comunicação da odontologia. Mereceu inicialmente 34 comentários e posteriormente mais 14 de diversas partes daquí principalmente e alguns do exterior. Houve uma grande divisão de opiniões, algumas contrarias e outras favoráveis a este tipo de aula que cada vêz mais está ocorrendo na odontologia e surgindo aos poucos na área da medicina, (comunicação pessoal de Carlos Aoki- Congresso de Cardiologia de 2007). Para ilustrar o assunto eu peço permissão para colocar a opinião importante de Normann Kestenbaum da Fundação Getulio Vargas : "Devemos reconhecer que o PowerPoint trouxe uma verdadeira revolução na combinação de imagem, som, texto, cor e movimento. Talvez a sua maior qualidade seja a de facilitar a explicação de temas complexos. Todavia é importante eliminar erros banais no uso desta valiosa ferramenta. O principal deles é a famosa apresentação "show". Isto é literalmente desastroso. Uma apresentação espalhafatosa pode gerar duas leituras, a de o apresentador estar camuflando a falta de preparo e conhecimento do assunto ou não ter feito a lição de casa. E ambas são péssimas"

AULAS SHOW

Segunda-feira, Abril 16, 2007

AULAS SHOW
As aulas e palestras ministradas ultimamente na área da odontologia se tornaram eventos espetaculares nos quais não faltam slides coloridos, filmes, música pop e shows de dança. Trata-se de uma tendência pedagógica dos palestrantes e esforço no sentido de prender maior atenção aos temas abordados nos congressos, jornadas, encontros e seminários. Nota-se que o fenômeno é pouco comum em outras áreas, incluindo, medicina, engenharia, arquitetura, psicologia e direito. A boa notícia é que os jovens adoram, enquanto os mais tradicionalistas detestam. Neste contexto, vale citar o velho e conhecido adágio, "gosto não se discute" .Ruy Hizatugu.
Postado por Ruy Hizatugu às 6:00 AM

14 comentários:
J.J.França disse...
Caro Professor: Eu apesar de respeitar as inovações, particularmente não aprecio aulas show porque acho que na odontologia discute-se ciência e se a aula for embasada em evidências científicas, não há necessidade de outros artifícios senão slides bem feitos, gráficos, tabelas ....etc.J.J.França-Curitiba-Paraná
09:52
Mariana Vilela disse...
Acho que a discussão da ciência pode vir acompanhada de outros atrativos, para tornar a aula mais interessante e interativa; sem deixar de passar informações e evidências científicas...
17:23
Pericles Silveira. disse...
Realmente a aula poderia ser cheia de atrativos, porém sem cair no ridículo, como uma aula recente que assistí de estética onde os professores dançaram rock para ilustração de detalhes da beleza.Pericles Silveira.
17:32
P.L.S. disse...
Eu vou para congressos assistir palestras e cursos para adquirir conhecimento. Não vou para assistir show
18:00
Erídice Sato disse...
Realmente é uma discussão supérflua porque cada um apresenta a conferência ou curso, da maneira que achar melhor. Não vejo motivo para acharem ridículo aulas com música, figuras engraçadas e professores dançarinos.
18:04
de deus disse...
Caro Prof. Ruy e colegas do Blog,Como professor, eu tenho uma preocupação constante em relação às aulas que tentam ser um SHOW.Convivo muito com alunos de Mestrado (inclusive de outras áreas) e vejo a importância que se tem sido dada a esse tópico. Vejo alunos que passam todo o seu tempo disponível para o curso praticando os recursos do Power Point. Muito tempo é desperdiçado com esses efeitos especiais do Power Point, letras dançando e subindo e etc... Em contrapartida, muitas dessas aulas são desatualizadas e pobres em evidências cientificas.No meu ponto de vista, algumas preocupações surgem. A primeira está relacionada ao foco. O foco de um Professor não pode ser o Show pessoal e sim a qualidade do conteúdo, a qualidade da mensagem. Conteúdo esse que tem que ser ATUAL e mais difícil ainda: TEM QUE SER INTERPRETADO com PROFUNDIDADE!É claro que a qualidade com que esse conteúdo é mostrado tb é importante, entretanto essa qualidade não pode ser confundida com a realização de shows e exibição de vídeos. Essa qualidade tem que ser refletida como qualidade didática – a qual exige pensamento lógico e racional, vocabulário adequado, impostação vocal, objetividade, postura e conhecimento do material didático e dos recursos audiovisuais. Tudo isso somente se realiza com muito estudo e treinamento; e por isso exige muito esforço e tanto esforço demanda muito tempo – o que me deixa muitas dúvidas se sobrará algum resto de tempo para se preocupar com a pirotecnia da aula.A nossa área já é por características próprias pobre em cultura e ciência. Por isso, devemos nos focar no conteúdo e na didática, sem cair na armadilha da pirotecnia. Na minha opinião, o tempo gasto com essas pirotecnias deveria ser empregado na realização de trabalhos científicos, pesquisas ....aos quais eu acredito que sejam um dos melhores modos de se aprofundar em um determinado tópico e deste modo ampliar conhecimento. Essa atitude só tem um problema: demanda muito mais trabalho, e por isso requer tempo e principalmente raciocínio ... e isso é bem mais difícil do que ficar no Power Point fazendo malabarismos com letras e figuras.Grande abraçoGustavo De-Deus
01:00
J.L.Rodrigues. disse...
Não gosto muito de opinar sobre temas polêmicos com este para não ofender colegas de peofissão e de faculdade. Procuro sempre celebrar as diferenças como diz Lair Ribeiro. Todavia, diante de um texto tão rico como o do meu colega De Deus eu confesso que concordo totalmente com ele. Quando o ilustre professor diz " A nossa área ja é por características próprias pobre em cultura e ciência" eu me pergunto, será aulas show uma das evidências desta afirmação ?J.L.Rodrigues.
15:00
Cassio Dicolla disse...
Fico extramente feliz ao ver opinões e comentários como os doscolegas Rodriques, França e, em especial do grande Prof. De Deus, sempre lúcido.Esse comentário merece um "Post" pois coaduna com a minha opinião.Devemos manter essa discussão para o bem da nossa surrada Odontologia.Um forte abraço à todos.
16:03
de deus disse...
Caro CássioFico feliz em saber que concorda com minha opinião sobre esse tema.Ainda mais, quando devo admitir esse tema realmente me incomoda um pouco. Rssss.Agora .... a vida é engraçada. Hj, somente um dia depois de postar meu comentário no Blog, eu estava almoçando comum amigo que me disse uma frase que eu achei que vinha bem a calhar nessa situação das aulas pirotécnicas: “Do sublime ao ridículo é somente um suspiro!”. Agradeço ao colega JR Rodrigues sobre o comentário. SdsGustavo De-Deus
17:05
E,E,S, disse...
EU DETESTO, ACHO RIDÍCULO AULAS SHOW. E.E.S.
08:05
ruy hizatugu filho disse...
Acho válido todo tipo de apresentação desde que a mensagem seja passada e os alunos aprendam o que os palestrantes tenham a ensinar. Estar fechado e contra a novos processos de ensino é típico de pessoas que não estão prontas para os novos tempos de criatividade, inovação e alta competitividade. Inclusive eu não aprecio as pessoas que tem medo de se identificar ficando protegidas no anonimato
12:39
tamie hizatugu disse...
Eu sou Tamie Hizatugu e ao contrario de meu irmão,e de meu pai que sempre fica "em cima do muro", não gosto de aulas show. As aulas do curso de especialização em endodontia na UNIP de Sorocaba, são alegres, altamente didáticas, porém sóbrias e elegantes. Particularmente acho super chato e cafona as aulas show,mas respeito...Em casa, eu, meu irmão e meu pai brigamos nas divergências, mas fora de casa, sempre fingimos que celebramos as diferenças.Será pecado?
12:53
Marcos Rabelo disse...
As diferenças sempre vão estar em evidência , exemplos clássicos relatados alhures nos confirma isso. Como disse meu pai uma certa vez "mudar para melhor, quantas vezes for necessário". Espero que o show não substitua o conteúdo. Prof De Deus sempre com colocações equilibradas. Abraço a todos Marcos Rabelo.
08:21
Jussara disse...
Acho que se a aula tiver conteúdo, se a didática for boa, não vejo problema em incrementá-la tornando-a um show...vejo isso como uma evolução tecnológica.
20:16

sábado, dezembro 15, 2007

EXCESSO DE INFORMAÇÕES

Excesso de informações

O estudo da Universidade de Berkeley realizado em 2002 revelou a tendência do aumento de informações para os próximos anos. A humanidade gerou um volume de informações equivalente aos 25 mil anos anteriores de civilização. Segundo o IDC ( International Data Corporation ) 2005 foi iniciado com 10 milhões de mensagens indesejáveis por dia no mundo. O mundo recebe, fornece e repassa as informações. A sobrecarga de informações, incluindo estudos científicos publicados em revistas internacionais, livros e internet, cria uma realidade desafiadora surgindo uma necessidade de um contínuo processo de filtragem. Há uma necessidade urgente de um aprimoramento na leitura de trabalhos científicos e principalmente na interpretação dos resultados. Ao longo dos anos temos sugerido aos nossos alunos, ler mais, estudar mais e praticar uma silenciosa reflexão sobre os dados da literatura científica. O profissional da área da saúde deve tomar cuidado com as informações obtidas na literatura, nos congressos, nas instituições de classe e nas universidades. O leitor mais atento poderá verificar equívocos de interpretação com conclusões muito diferentes daquelas obtidas pela pesquisa. Bill Jensen disse: “A acessibilidade total que conquistamos não implica que precisemos de tudo, pois é preciso eliminar o monte de lixo que se mistura às informações ditas importantes”. Vale lembrar que o esforço para se realizar uma pesquisa bibliográfica na atualidade é muito menor que anteriormente. Por exemplo, agora colocamos o tema no Google e encontramos lá todos os dados e informações que procuramos. A dedicação de horas de busca perdeu seu valor, e passou-se a valorizar mais a capacidade de estabelecer relevância e interpretação. Bom senso, relevância, filtragem e interpretação, são as palavras chaves do profissional que anda em busca da excelência.